Revista Maitreya 049

25 O Anel do Nibelungo: III parte : “ SIEGFRIED ” ARTE Por Ana Reis (IGA Canoas/RS) 25 Chegamos à terceira parte da tetralogia. Há duas gerações, o deus Wotan luta, por meio de seus descendentes, para vencer as consequências da maldição do anel. Desta vez, o tema central é o jovem Siegfried, filho dos irmãos gêmeos Siegmund e Sieglinde, que, ainda bebê, foi deixado pela Walquíria Brünnhilde na entrada da caverna do dragão. Após a morte da mãe, Siegfried foi criado por Mime, irmão de Alberich, o nibelungo que rou- bou o ouro do Reno na primeira parte do drama musical de Wagner. Mime havia forjado o elmo encantado, que agora fazia parte do tesouro de Fafner – o dragão que vivia na caverna e guarda- va o ouro roubado do rio Reno. O nibelungo necessitava de Siegfried para con- quistar o poder do ouro. O menino herdeiro das virtudes de seu pai, Siegmund, e de seu avô, Wo- tan, possuía um vigor incomum. Mime planejava usar a força do jovem para matar o dragão, pois Fafner tornara-se um adversário perigosíssimo. A cena inicial transcorre na caverna de Mime, onde também está a forja com a bigorna. Mime fez várias tentativas para forjar uma espada para o filho adotivo, mas o rapaz, cada vez mais vigo- roso, sempre as quebrava com seus golpes. Faltava ao anão a capacidade, o valor e o co- nhecimento ne- cessários para forjar a espada à altura da for- ça Siegfried. (figura ao lado) Para o rapaz, aquelas frágeis espadas eram como brinque- dos em suas mãos, e ele almejava uma espada verdadeira. Ele também percebia com clareza que Mime não poderia ser seu pai verdadeiro, haja vista as inú- meras diferenças entre os dois; assim, obriga Mimme a lhe contar a verdade Enquanto isso, a orquestra toca o leitmotif do amor entre Siegmund e Sieglinde... https://www.youtube.com/watch? v=Fl30lOlkNPY&list=PL66781E476D3C88A 1&index=39 Siegfried enche o anão de perguntas, dizendo: - Por que os passarinhos piam chamando uns aos outros? É porque são machos e fêmeas? Não se separam nunca, fazem seus ninhos e, quando os recém-nascidos batem as asas, eles os rodeiam solícitos... Todos os animais fazem o mesmo, até as bestas ferozes! Eu os vi. Por isso, não aparto os cachorrinhos de suas mães... Pois bem, Mime, onde escondes a tua fêmea? Onde ela está, para que eu possa chamá-la de mãe? - Vi como os filhos se parecem com seus pais. Fui ao arroio e ali vi a imagem das árvores e dos animais, o sol e as nuvens... Eu mesmo me con- templei e vi que não nos parecemos, que sou muito distinto de ti, tão diferente como um peixe resplandecente de um sapo imundo... E os sapos não são os pais dos peixes... Dessa forma, Siegfried exige que Mime lhe ex- plique a sua origem. O gnomo esquiva-se das respostas até que, enfim, amedrontado pelas ter- ríveis ameaças impostas, decide contar detalha- damente a história de seu nascimento e de sua ascendência. Após revelar a verdadeira história de Siegfried, mostra-lhe como prova os estilhaços da espa- da Nothung. Sem piedade com aquele que o enganou desde a infância, o jovem Siegfried impõe sua vontade e

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