Revista Maitreya 049

35 Levante cedo, assim que despertar, em vez de ficar deitado à toa na cama, nem acordado nem adormecido. Em seguida, reze com fer- vor para que todos os homens possam se rege- nerar espiritualmente, reze para encorajar aqueles que perseveram no caminho da verda- de a trabalharem com afinco e a obterem bons êxitos, e também para que você próprio se mantenha forte e não se deixe atrair pela sedu- ção dos sentidos. Imagine mentalmente o seu Mestre como alguém que alcançou o Samad- hi. Conserve essa imagem diante de ti, sem perder de vista nem mesmo os detalhes mais ínfimos, pensando nele com respeito e orando para que todas as faltas de pensamento e ato sejam perdoadas. Isso irá favorecer a concen- tração, purificar o seu coração, além de mui- tos outros proveitos mais. Ou então, reflita so- bre as fraquezas do seu caráter: procure alcan- çar completa consciência do que há nelas de mal e também da contingência dos prazeres que elas lhe proporcionam, decidindo-se fir- memente a fazer de tudo para não se entregar a eles na próxima vez. Esta autoanálise, que o deixa diante do tribunal da sua própria consci- ência, favorece o seu progresso espiritual em grau até então insuspeitado. Ao tomar banho, concentre inteiramente a sua vontade para que as impurezas morais sejam levadas pela água junto com as impurezas do corpo. No seu rela- cionamento com os outros, observe as seguin- tes regras: (1) Faça apenas os seus deveres; jamais faça algo desnecessário. Antes de fazer uma coisa, reflita se você tem ou não o dever de fazê-la. (2) Jamais profira uma palavra su- pérflua. Pense nas consequências que as suas palavras podem trazer antes de expressá-las. Jamais consinta em violar os seus princípios em função de suas companhias. (3) Jamais permita que pensamentos vãos e desnecessá- rios ocupem a sua mente. É fácil se propor a isso, mas difícil fazê-lo. Não se pode tornar a mente uma lacuna de uma hora para outra. As- sim, no começo, tente prevenir os pensamen- tos fúteis e perniciosos fazendo com que a mente se volte para a análise dos seus próprios defeitos ou para a contemplação dos Perfeitos. (4) Durante as refeições, concentre a sua von- tade para que o alimento seja corretamente di- gerido, a fim de provê-lo com um corpo à al- tura das suas aspirações espirituais, incapaz de gerar paixões maléficas e maus pensamentos. Coma apenas quando tiver fome e beba apenas quando tiver sede, nunca de outro modo. Se algum prato especial lhe é caro ao paladar, não se permita comê-lo simplesmente para satisfa- zer essa vontade. Lembre-se de que o prazer que você sente ao comê-lo não existia segun- dos antes e deixará de existir segundos depois, que se trata de um prazer passageiro, que aqui- lo que agora proporciona prazer poderá mais tarde provocar dor se experimentado sem ne- nhuma medida, que a comida proporciona pra- zer somente para a língua; lembre-se das sé- rias perturbações que lhe poderão advir se co- mer tal prato, e que se você não conseguir re- sistir à tentação que ele significa, não mais sentirá qualquer escrúpulo diante de outros alimentos que lhe fazem mal; que existe um outro objeto que pode lhe trazer felicidade eterna e que, assim, convergir os seus impul- sos para uma coisa passageira consiste numa loucura total; de que você não se reduz nem ao corpo nem aos sentidos, de modo que os pra- zeres e dores que estes experimentam jamais poderão atingi-lo na verdade, e assim por di- ante. Repita a mesma série de raciocínios no caso de qualquer outra tentação, e muito em- bora você possa fracassar várias vezes, ainda assim o êxito será certo. Não leia muito. Se você passa dez minutos lendo, reflita o mesmo número de horas. Habitue-se à solidão e a fi- car a sós com os seus pensamentos. Acostume-se com a ideia de que ninguém pró- ximo de você poderá socorrê-lo e afaste gra- dualmente as suas afecções de todas as coisas. Antes de dormir, reze como pela manhã. Faça uma revisão dos atos que praticou durante o dia, tentando identificar os seus erros, e resol- va-se a não cometê-los no dia seguinte. Bibliografia: do livro “Teosofista” - 1889. GNOSE SÉCULO XX ORIENTAÇÕES E CONSELHOS DA V.M. BLAVATSKY 35

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